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31 dezembro 2011

PRIMEIRA VIAGEM AÉREA E ATUALIZAÇÕES





Amadas & Amados!


Não sei se estavam com saudades minhas, mas cá retomo este Blog, pois não quero deixá-lo sem uma conclusão. Só não decidi se esta é uma conclusão de 2011 ou a conclusão do BLOG CARDIO-LOGOS, EMOÇÃO E RAZÃO.

São muitos os pensamentos com os quais meu cérebro se ocupa, tecendo dissertações as mais variadas. Porém, quando penso em passá-las para o papel, logo chegam temores que, como flechas ervadas com curare, atingem-me e tolhem tais pensamentos.

A imagem das flechas com curare é uma alusão a uma forma de terrorismo bem antiga que, desgraçadamente, vem sendo praticada ainda no presente, obrigando a mente do escritor sensível a não expressar o que gostaria, pois sempre há quem vista a carapuça e se diga magoado(a) com certa história. E muitas vezes o escritor, ao formular determinado texto, nem mesmo pensou naquela pessoa que se diz magoada!!! Todavia, essa gente que se diz machucada com as ponderações de um escritor deve andar com a consciência bem pesada, mas, sem admitir tal fato, prefere lançar mão dessa antiga forma de terrorismo: o psicológico. Este ganha adeptos entre os hipócritas, que vomitam a torto e a direito a necessidade de começarmos a praticar a democracia em sua plenitude! Enfim...

Hoje, tenho um “menu variado” aqui:
(1) Vou contar uma história da minha adolescência, e o tema é VIAGEM, algo que amo e que sei também ser a paixão do meu Anjo da Guarda. Que bom!!! Viajamos juntos!!! (2) Depois, vou tecer agradecimentos muito especiais. (3) Na continuação, um apelo que clama urgência. (4) E, por fim, meus votos nesta virada de ano... Vamos conferir???



(1) HISTÓRIA _____

Interessante o quanto falar do passado é criticado... Isso advém do imediatismo, da pressa descabida e da frieza gigantesca ora reinantes. As pessoas nem esperam para ver que tipo de assunto passado vai ser relatado e já dizem:

− Mônica, olhe para o seu presente! O passado já foi e o futuro ainda vai ser...

− Pô, mas e se eu quero contar uma coisa boa do passado? Qual o problema?! Há coisas passadas cuja recordação nos faz bem... E uma das situações passadas com as quais me delicio até hoje tem a ver com...


“O AVIÃO QUE PAROU NA PISTA PARA...”

Foi em 1975... Minha família e eu gozaríamos as férias de julho na cidade do Rio de Janeiro. O grupo: meus avós maternos, minha mãe, minha irmã e eu. Meu pai, para variar, ficaria em Santos, onde morávamos, pois não podia prescindir do trabalho.

Decidimos ir de avião, pois ninguém estava a fim de encarar seis horas (ou mais) de viagem em carro ou ônibus... Chegaríamos amassados e suados ao hotel, o Glória, no Aterro do Flamengo. Havíamos reservado uma suíte no terceiro andar, o máximo que meu avô aturava (meu avô detestava altura; não sei como encarava as viagens aéreas, mas isso é um assunto para a psicologia e não para mim neste momento).

Ok, ok, ok... Fala-me a voz da consciência...
À guisa de honestidade, devo dizer, porém, que esta viagem só aconteceu porque meu avô não estava a fim de organizar uma festa de aniversário para mim. Explico: eu “virara moça” logo que ingressara na 5ª série (acho que meus leitores compreendem o que quero dizer com “virar moça”) e era muito, muito “namoradeira”, rsrsrs... Pois em 1975, quando eu já estava na 7ª série, meu avô andava incomodado com comentários de amigos e familiares (homens), que diziam que eu já dava a impressão de ser mulher feita, que parecia uma holandesa com a face rosada e os olhos azuis, etc... Com esse monte de caraminholas na cabeça, meu avô cismou, de repente, que naquele ano meus convidados seriam rapazes, em sua esmagadora maioria, e receava que houvesse “orgias” na minha festa. Orgias??? Minha avó e minha mãe eram festeiras e, felizmente para mim, desdenhavam das ideias antiquadas do meu avô. Ele, sabendo que eu adorava viajar − paixão esta cada vez maior em minha vida −, fez uma proposta, que reproduzo no seguinte diálogo no qual meu avô mesclou italiano com português:

Che você quêr para tirare êssa idêa de fêsta da cabeça das dua? De la tua mamma e de la tua nonna?
− Uma coisa em troca da festa?
È... Qual’cosa! È... ma cuidado com che va pedire... Tem que ser cosa que io aprôvo e pôsso pagare.
− Bom, nonno, o senhor sabe que eu adoro viajar...
Ôtimo! Un viaggio! Ma qui in Brasile!
− Quero conhecer o Rio de Janeiro!
Rio non è tan lontano... tan lôndge...
− Mas tenho três condições!
Ma che? Ma che?
− Primeira condição: nada de estrada! Quero avião!
Va bene! Compensamo isso ficando en uma pensônzinha...
− Que pensãozinha?! Quero uma suíte enorme em um bom hotel! Ouvi falar do Hotel Glória...
Che?!
− Essa foi a segunda... Agora, a terceira condição: não aceito menos que 15 dias no Rio!
Você pensa che io sono rico?
− Sei que não é, nonno! Mas também sei que o senhor pode pagar essa viagem!
− Dio mio, sono uno disgraziato...
− Nada de drama! É a viagem ou... Ou a festa!


Essa era a primeira vez que minha mãe, minha irmã e eu viajaríamos de avião. Para meus avós, isso não era novidade. Como gerente de um banco estrangeiro – naquela época em que gerente de banco era cargo de confiança, muito respeitado e bem pago –, meu avô viajava muito e, às vezes, levava minha avó com ele. Entretanto, havia pessoas no banco que se encarregavam de comprar as passagens, reservar acomodações e inclusive levá-los aos aeroportos (ou ao Porto de Santos) e agilizar o “check-in”. Porém, com o meu avô aposentado, esta seria a primeira vez em que ele teria que ver todos os detalhes da viagem por conta própria. Ele não gostava de ter empregados particulares. Só pessoas que ajudassem minha avó: doméstica, faxineira, uma senhora para passar roupa, manicure, pedicure, professora de pintura, etc.


Preparativos da viagem
Como eu e minha irmã éramos menores de idade (e, na época, as crianças não precisavam de carteira de identidade), minha mãe achou conveniente que carregássemos nossas respectivas certidões de nascimento. Para o meu avô, chefe da excursão familiar, isso era uma bobagem:

− Tu sei la mamma de las menina! Quêre documento più vero, ma verdadero, che esse?

Mesmo assim, minha mãe achou melhor que levássemos os documentos. Meu avô não precisava saber. Era um homem bom, mas autoritário; sua palavra era sempre a final. Se soubesse que portávamos as certidões, sua “faccia rossa” ficaria mais “rossa” ainda!!!

Ah, sim, devo dizer que meu avô era um calabrês alto, forte, e que tinha olhos verdes e o rosto muito vermelho. Daí o apelidamos de “faccia rossa” (cara vermelha, em italiano). Seus cabelos, já muito grisalhos, estavam ficando aloirados. Minha avó descobriu que era porque ele passava muito perfume no cabelo antes de sair de casa. Com a exposição ao sol, os fios, de certa forma, queimavam; era esse o tom aloirado que notávamos! Minha avó, pessoa muito boa, porém igualmente autoritária, já o proibira de passar perfume no cabelo, mas como ele devia achar que o tom loiro lhe conferia um certo charme, continuava a desafiá-la. O que eu sei é que essa cor fazia com que o vermelho de seu rosto ficasse ainda mais evidente, principalmente quando ele brigava com alguém.

Foi exatamente o que aconteceu no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Foram duas brigas... Foram duas ocasiões em que o rosto do meu avô deu-nos a impressão de que iria explodir.

Inicialmente, quando chegamos ao balcão da VARIG para o “check-in”, a funcionária que verificou nossas passagens olhou para minha irmã e disse:

− Essa menina já tem 10 anos! Não pode pagar só meia passagem!

Meu avô insistiu:

− Quem è você, mocinha, para desafiar a mi, che sono il nonno dêssa menina? E guarda... E olha, su mamma está qui! Figlia, dire a la moça che “Pixinguinha” (como ele chamava minha irmã) têne 9 ano!

Minha mãe, ruborizada, parecia ter engolido a língua. Não sabia o que falar. Não queria mentir. Mas também não queria criar um mal-estar com o pai...

Cabe aqui, antes que eu prossiga este relato, uma nota sobre a então Viação Aérea Rio-Grandense, a VARIG. Não sei se isso acontece hoje em dia (e não estou interessada em saber porque já entrei na casa dos “enta” e não tenho mais meu filho querido), mas, naquela época, crianças com menos de 10 anos de idade pagavam meia passagem na Ponte Aérea Rio-São Paulo, viajando por essa empresa. Meu avô não chegava a ser sovina, mas tentava sempre ser econômico. E, observando que minha irmã era do tipo “mignon”, achou que qualquer um acreditaria que ela tinha apenas 9 anos, ou até menos.

Entrementes, nada parecia enganar os olhos experientes da funcionária, que finalmente desafiou:

− Então quero ver a certidão de nascimento dessa menina!

Meu avô explodiu, mas minha avó, minimamente mais sensata, percebeu que as demais pessoas na fila estavam impacientes. Afinal, a família Derito estava dando um show! Conversou rapidamente com minha mãe, que, por sua vez, pediu à minha irmã que entregasse o documento à competente funcionária. A “faccia” do meu avô estava mais “rossa” do que nunca! E foi ficando ainda mais "rossa" ao perceber que minha irmã portava a certidão de nascimento, e que minha mãe e minha avó estavam em conluio... Desmentido, tentou amenizar a situação com um sorriso amarelo...

− Il problema, amore mio, no è la idade de la bambina, ma la idade mia! Sono dimentico... sou esquecido...

Inalterada, a funcionária informou o valor referente à diferença que deveria ser paga, e meu avô pagou tal diferença em dinheiro vivo (nem cogitou preencher um cheque!). O procedimento para a emissão de um recibo referente ao pagamento do montante levou algum tempo e fomos avisados de que perdêramos o voo que pretendíamos pegar. Ainda com o famoso sorriso amarelo nos lábios, meu avô disse:

− È, un atraso... Ficamo per un altro volo, outro voo, ma va bene. Il avione puode ter problema e caíre... È Dio a mandare un aviso...

A funcionária fez cara de c*, e minha mãe e minha avó fizeram o sinal da cruz em perfeita sincronia, como se houvessem ensaiado...

De repente, a funcionária da VARIG indagou:

− E os documentos de identidade dos demais? Pode ser passaporte, identidade de estrangeiro...

Mostrei minha certidão de nascimento e ela agradeceu com um leve sorriso. Meus avós e minha mãe se entreolharam... Os três haviam esquecido seus documentos em casa, lá em Santos! Assumindo um olhar de vitória, a funcionária deu o golpe de misericórdia:

− Assim não dá, meu senhor! Ou tem documento ou ninguém embarca!

O “faccia rossa” explodiu novamente:

La moça sabe com quem está parlando? Io sono un Derito!

E minha avó, como sempre fazia quando ele repetia o "Io sono un Derito" (Eu sou um Derito), gritou com ele:

− Derito... Que é um Derito? Uma merda!

Se fosse cardíaco, meu "nonno" ia ter um infarto ali mesmo... Porém, alguém da “turma do deixa disso” (na verdade, um famoso ator da TV Globo, ainda vivo e atuante) tratou de dizer-lhe:

− Olha, basta que o senhor e as duas senhoras procurem a Polícia, aqui mesmo no aeroporto. Querem que eu os acompanhe até lá?”

“Resumo da ópera”: minha irmã e eu ficamos muito tempo no saguão do aeroporto, esperando pelo retorno dos nossos responsáveis “esquecidinhos”. Finalmente, avistamos os três, juntamo-nos a eles e voltamos ao balcão da VARIG para remarcar o horário de embarque. Para quem tinha planos de chegar ao Rio de Janeiro às 10 horas, a chegada às 16 horas representou apenas um mero atraso!

Imagine se o avião tivesse...

Nesta foto, um Electra da VARIG prestes a aterrissar
no Aeroporto de Congonhas (São Paulo - SP)
Não, não posso encerrar esta parte da postagem, cujo foco seria o jocoso embarque da família Derito, sem contar o que aconteceu a bordo do Electra da VARIG. Sim, porque, naquela época, a frota que operava na Ponte Aérea Rio-São Paulo era constituída pelos saudosos aviões Electra II, que sempre foram bons meninos: nenhum incidente sério nos 30 anos em que operaram no Brasil (1962-1992). VARIG e VASP – a outra empresa que operava na ponte aérea na ocasião – tinham os Electra. Para os que conhecem e amam aviação como eu, falo dos Lockheed L-188 Electra. Para os leigos, falo dos aviões com quatro hélices, duas em cada asa.

A família Derito já estava devidamente acomodada e afivelada no avião, quando duas senhoras sentadas perto de nós deram seu show à parte. Inicialmente, já com o avião taxiando na pista, uma delas disse à outra:

− Esses aviões modernos só servem para gente magra. Veja o tamanho deste cinto! Impossível para mim! Vou colocar a bolsa na frente da barriga, para que essas aeromoças não percebam que não consegui afivelar o cinto!

Um senhor que se sentava com elas (mas que não as acompanhava) deu um sorriso irônico e ofereceu-se para ajudar:

− Calma, minha senhora! É só uma questão de ajustar o cinto. Se me permitir...

A senhora assentiu e o amável passageiro afivelou-a devidamente ao assento.

O avião se movia lentamente (parecia um ônibus em qualquer dessas ruas esburacadas de São Paulo). Chacoalhávamos todos, até que o aparelho diminuiu a já ínfima velocidade no final da pista, fez um lento retorno em forma de “U” e parou. E aí a outra senhora disse, em voz bem alta:

− Uai, será que alguém importante chegou atrasado e o motorista parou para esperar a tal pessoa?

Todos os passageiros riram, inclusive a família Derito, agora tranquila depois de todos os mal-entendidos no “check-in”. O paciente passageiro que viajava ao lado das duas senhoras disse, mais uma vez com um sorriso irônico nos lábios, porém agora em voz alta:

− Não, minha senhora! Ninguém chegou atrasado! O avião só está parado porque os pilotos esperam uma autorização da torre de controle para decolar. para que os pilotos acionem os motores em potência total!

E foi o que aconteceu. De repente, os motores foram acionados em potência total e o avião arrancou na pista.

− Ainda bem que essa mulher não está reclamando da velocidade! – minha irmã comentou comigo.

Comentário precipitado, cara irmã! Pois frações de segundos antes de o avião deixar o solo, a tal senhora que achara que o avião esperara por alguém importante exclamou em voz alta:

Curiosidade: no Reino Unido,
quando do Casamento Real em
abril de 2011, William & Kate foram
retratados em vários produtos insólitos,
inclusive em sacos de vômito (sick bags)
disponibilizados por algumas
empresas aéreas.
− Como corre essa lata! Se fosse numa rua da cidade, o motorista ia ser multado!


O.K., você, leitor, deve estar achando que eu sou uma espécie de serpente venenosa, sempre à espreita de um deslize das outras pessoas. No entanto, você há de convir comigo que há situações por demais hilariantes, para dizer o mínimo! E o relato das trapalhadas ainda não acabou... Minutos depois, quando o aparelho já se encontrava em altura e velocidade de cruzeiro, a gentil tripulação da VARIG serviu-nos uma espécie de almoço (havia até omelete!). De repente, a senhora preocupada com a velocidade do avião disse à amiga:

− Ah, não, melhor eu não comer, vou vomitar tudo!

− Come, boba – retrucou a outra − porque tudo está pago! Come!

− Uai, e não é que você tem razão? Ei, aeromoça, por favor, devolva a minha bandeja. Decidi que vou almoçar!

Arrematou o prestimoso senhor ao lado delas, em voz alta:

− E se a senhora vomitar, o saquinho também já está pago!




Gostaram??? Pois aguardem, meus leitores! Se eu mantiver este Blog, vocês poderão ler outras histórias. Há as divertidas, as atrapalhadas, as de caráter cultural, etc. Como aperitivo, arrolo alguns locais e situações:

  • Pocinhos do Rio Verde (MG): conversando com uma vaca
  • Nova York, Estados Unidos: o gentil taxista muçulmano
  • Imperatriz (MA): uma farmácia que não sabe o que vende
  • Córdoba e Sevilha, Espanha: a “tortilla” que azedou na bolsa
  • Blumenau (SC): o curioso cemitério de gatos
  • Stratford-Upon-Avon, Inglaterra: presos no cemitério
  • Barra Bonita (SP): “topless” no rio Tietê
  • Lisboa, Portugal: a cabeça da mulher pegou fogo
  • Curitiba e Guarapuava (PR): as bundas dos passageiros


(2) ETERNAMENTE GRATA _____

Não aprecio nomear as pessoas a quem sou agradecida, mas não por algum tipo de sentimento ruim − ou pior, por ingratidão −, e sim pelo medo de involuntariamente omitir pessoas maravilhosas que merecem registro. Assim, permitam-me tecer agradecimentos de forma ora nominal, ora generalizada:

  • À minha família – particularmente à minha mãe e aos que vivem com ela: minha irmã e seu marido (meu cuNHADO), nossa prima e nossa netinha canina.
  • À família do Renato – particularmente à mãezinha dele e aos irmãos.
  • Ao meu tio-avô Edgard Antonio de Castro (pai da jornalista Mirna, a quem este Blog é dedicado). Na falta do meu pai, desencarnado em 2006, é o meu bom tio Edgard que tem me aconselhado quando preciso do ombro de um pai.
  • Aos meus muitos e incontáveis ex-alunos que se tornaram amigos para sempre.
  • A uns poucos amigos-professores da época em que eu lecionava e que se mantêm amigos até hoje.
  • A todos os amigos que tenho em diversas casas comerciais.  
  • À cantora Sarah Brightman e a todos os amigos que tenho por causa dela.
  • A todos os amigos que tenho na TV e demais mídias. Especial menção à atriz Narjara Turetta, da TV Globo.
  • A todos os amigos virtuais que, embora em redes sociais, são muito queridos.
  • A todos os amigos-leitores deste Blog: os que conheço pessoalmente e aqueles que ainda são virtuais para mim. 
  • A todos os amigos que tenho devido a viagens no Brasil e no Exterior.
  • A todos os amigos do Centro Espírita que frequento, o Grupo Noel.
  • A todos os meus amigos espirituais (muitos, graças a Deus).
  • À família aqui de casa: aos nossos quadrigêmeos caninos e, de forma muito especial, ao meu marido, Renato – homem bom, íntegro, trabalhador e batalhador (ainda que não devidamente reconhecido), amante e amigo, companheiro de todas as horas, das mais fáceis às mais difíceis.

Meu coração e minha razão já agradeceram pessoalmente, mas desejam aqui também registrar o meu eterno agradecimento às médicas e aos médicos que, combinando profissionalismo, humanidade e carinho, propiciaram que eu chegasse ao término de um ano muito difícil em minha vida. Não vou colocar os sobrenomes porque não lhes pedi autorização. E, pelo mesmo motivo, e também para evitar especulações por parte da “turma do mal” que porventura leia meu Blog, não vou registrar as especialidades.

Maravilhosos, obrigada a vocês: Ana Carolina, Armando, Carlos, Eliane, Elias, Fábio, Jefferson, Maria Cristina, Mariângela e Marta.


Agradeço, igualmente, às enfermeiras e aos enfermeiros que cuidaram de mim de forma desvelada e afetuosa: Amanda, Antonio, Hérica, José, Letícia, Luciano, Kátia, Nilza, Sandra e Zilda. Menção honrosa à Enfermeira Eliana, a única a quem confio minhas veias!!!

Meus agradecimentos também a você, Aline, excelente Auxiliar de Enfermagem.


Muito obrigada aos meus dedicados amores da Radiologia:
Adriana, Antonio, Alex e Alexandre.

Obrigada ao meu dentista, Marcelo!
Grande amigo e ser humano,
exímio profissional e perfeccionista.






(3) O APELO _____

Se eu pensasse um pouquinho mais em mim, teria vários pedidos a fazer, pois há muitas coisas que deixei de ter, por força das circunstâncias, e cuja falta certamente vai ferir cada vez mais doravante. Decidi, porém, nada mais pedir para mim. Peço, sim, saúde, paz e prosperidade a todos os meus queridos, mas meu presente mesmo será a cura da menina Melissa, cujo apelo aqui encaminho:


VAMOS DOAR AMOR PARA A MEL ?

AMIGOS & AMIGAS, pois é... Entrei para o “Exército da Melissa”, uma menininha que trava uma gigantesca batalha contra uma LEUCEMIA do tipo LLA (Leucemia Linfócita Aguda). Não sou, todavia, a comandante deste exército, e sim a tia-coração Taty Dorr, os pais de Melissa e toda a linda família, gente de hábitos simples e de uma generosidade que não conhece fronteiras. Afeiçoei-me à família e à garota, e estou humildemente ajudando com o que posso: recebo as informações e trato de divulgá-las. E, naturalmente, ocupo-me de orações as mais sinceras.

MELISSA LIMA ALVES DORR, 10 aninhos, passou o Natal internada e intubada na UTI do Hospital do GRAACC, rua Botucatu, 743, São Paulo, SP (referência: Metrô Santa Cruz). Já são praticamente três meses de internação. Vendo o merecimento desta guerreira, Deus há de conceder-lhe o esperado presente no Ano Novo: que ela melhore e que os médicos possam tirá-la dos tubos e diminuir a sedação. E, é claro, que Melissa acorde e também perceba estar melhor!

O que ela precisa? Do nosso amor na forma de doadores de sangue tipos O+ e O- e, também, de plaquetas (elementos do sangue que atuam na coagulação).

Conto com vocês, Amados & Amadas, para divulgarmos e encontrarmos doadores de plaquetas e doadores com os tipos sanguíneos aqui indicados.

Onde e como doar? Liguem para (11) 5055-6588. Trata-se de uma central ligada ao GRAACC para disponibilizar informações e endereços onde vocês podem doar sangue O+, sangue O- e plaquetas. É importante mencionar o nome completo da Melissa, a idade, e o fato de ela estar internada no GRAACC.

Para quem não sabe, o GRAACC realiza um trabalho sério e bem-sucedido em prol do tratamento e cura do câncer em crianças e adolescentes. Tal trabalho é articulado com o Hospital São Paulo (rua Botucatu, 620), que pertence à Escola Paulista de Medicina / Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
 
Se vocês, Meus Amigos e Minhas Amigas, desejam mais informações sobre o GRAACC e como proceder para doar, consultem o site
www.graacc.org.br e a Página Oficial do GRAACC no Facebook.

E sobre a pequena Melissa e a gigante batalha que ela trava, participem do Grupo Aberto MELISSA LUTANDO CONTRA A LEUCEMIA no Facebook. Que Deus abençoe todos vcs e os seus! Bjs. Mô ♥


(4) MEUS VOTOS _____

Desejo a todos saúde, paz de espírito e prosperidade!

Beijos e abraços!



¡Deseo a todos salud, paz de espíritu y prosperidad!

¡Besos y abrazos!

Mónica





I wish everyone health, peace of mind and prosperity!

Kisses and hugs!

Monica

30 novembro 2011

PARA VENCER O MAL


Amados & Amadas:



Postagem dedicada à prima Mirna Leandro de Castro,
a quem este blog inteiro é dedicado, e que, estivesse
ainda encarnada, completaria 60 anos neste 30/11/2011.
"Mirna, sabemos que estás bem e trabalhando muito
no Mundo Espiritual! Teu paizinho, Edgard, que adotei
como pai após o meu ter partido, fica sempre contente com
as notícias que envias do Plano Maior! Mirna, sem
entrar em detalhes, pois sei que tu agora sabes o que se passa
em cada coração aqui na Terra, rogo-te que me ajudes, por favor!"



Com tanta coisa negativa acontecendo nas mais diversas esferas da vida, e nos mais diversos lugares do mundo, há quem ache que somente uma grande intervenção de Deus possa colocar as coisas no lugar! Há, também, os que pensam que tudo está perdido e que o mundo (a Terra) vai até acabar em 2012. E há, no entanto, aqueles que, como eu, acreditam em uma Transmutação do Planeta, ou seja, uma modificação para o bem, ocorrendo com a permissão e a ajuda de Deus, e com a ajuda dos homens de boa vontade - pessoas que já tenham atingido grau de bondade e altruísmo em seus corações; pessoas que privilegiem o "ser" e não o ter, e que já não vivam com pensamentos de egoísmo, orgulho e vaidade, as três grandes chagas da chamada Humanidade.

"Para Vencer O Mal", o capítulo 30 do livro Palavras de Vida Eterna[1], dá-nos algumas dicas sobre como os verdadeiros homens de boa vontade podem cooperar na esfera da extinção do mal. E eu, com o intuito de facilitar o entendimento do texto do Espírito Emmanuel, apresento aos meus leitores e leitoras os meus próprios comentários a respeito.



“Não te deixes vencer pelo mal, mas vence
o mal com o bem.” – Paulo
( ROMANOS, 12:21 )

Em sua Carta aos Romanos, Paulo discorre e instrui sobre temas diversos. No capítulo 12, o tema é “O Amor”, e o Apóstolo fala sobre a importância da sinceridade no amor, bem como de hospitalidade, esperança, zelo, bênçãos, dedicação, solidariedade, etc. No entanto, situações envolvendo o mal também são abordadas, porém como oportunidades para que o bem seja usado em seu combate. A ira deve ser deixada com Deus, que é o único a poder julgá-la e, se for o caso, puni-la.

 
Emmanuel, na lição 30 de Palavras de Vida Eterna, retoma a ideia de Paulo sobre a necessidade de envidarmos todos os nossos esforços para que, dentro do possível, vivamos em paz com todos os nossos semelhantes, sem exceção. Esta ideia, tão divulgada, vivida e exemplificada por Jesus, por meio dos preceitos que ensinou e de seus atos, requer, naturalmente, a anulação do orgulho e de qualquer disposição para a vingança.

 A seguinte passagem de Lucas[2] , descrita entre a oração do Mestre no Monte das Oliveiras e sua prisão, é um dentre tantos outros exemplos da aplicação do bem em presença do mal:

Enquanto ele falava, apareceu uma multidão conduzida por Judas, um dos Doze. Este se aproximou de Jesus para saudá-lo com um beijo. Mas Jesus lhe perguntou: “Judas, com um beijo você está traindo o Filho do homem?” Ao verem o que ia acontecer, os que estavam com Jesus lhe disseram: “Senhor, atacaremos com espadas?” E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha direita. Jesus, porém, respondeu: “Basta!” E tocando na orelha do homem, ele o curou.
(LUCAS, 22:47-51) [3]



Combater o mal com o bem não é assim tão fácil para nós, espíritos ainda muito imperfeitos, mesmo que conhecedores e estudiosos da doutrina de Jesus. Todavia, se realmente tivermos por meta a nossa reforma íntima e a nossa depuração espiritual, vale a pena tentar! Emmanuel nos chama a atenção a esse respeito, dizendo que o bem no combate do mal não pode ser feito pela metade, ao que chama de “meia-bondade”: cara fechada, o não olhar diretamente para os olhos do ofensor, o uso da famosa “operação tartaruga” (tão utilizada, por exemplo, por trabalhadores desejosos de atingir o patrão). O bem no combate do mal não pode ser adiado, não pode ser seguido de maledicência – inclusive pelas costas –, não pode humilhar aquele que praticou o mal. Tais atitudes podem parecer válidas ao ofendido em um primeiro momento; no entanto, são atitudes que nada ensinam ao ofensor e que em nada contribuem para a nossa evolução moral. Longe disso! Ainda nos tornamos “co-partícipes” do mal! Ademais, pela “lei da ação e reação”, geramos males e desgostos a nós mesmos! É assim que desejamos um mundo melhor para nós e para os nossos descendentes?


Atualmente, na tentativa de rever o papel da Educação, muitos já percebem que a Educação Moral é a chave para o futuro venturoso que tanto acalentamos. Rosana Jatobá, advogada, jornalista da TV Globo e mestranda em Gestão e Tecnologias Ambientais pela USP, faz coro com as pessoas já despertas para esse projeto e diz o seguinte:


Todo mundo está “pensando” em deixar um planeta melhor para nossos filhos… Quando é que se “pensará” em deixar filhos melhores para o nosso planeta? [4]




Em O Livro dos Espíritos[5], várias instruções do Mundo Espiritual nos falam sobre o tema central desta lição de Emmanuel, salientando o papel da Educação “para vencer o mal”. Kardec e os espíritos que o orientaram na composição do livro falam que cabe à Educação lutar contra as más tendências, mas que isto somente será alcançado quando nos aprofundarmos no estudo sobre a natureza moral do homem (questão 872).


Temos, portanto, que exercitar a paciência, a vigilância e a oração, pois grandes são as tentações para que nos embrenhemos no mal, como reflete o Espírito Irmão José, em sua introdução ao livro Vigiai e Orai[6]:

Consoante o que nos disse Jesus – “Vigiai e orai para não cairdes em tentação” –, este volume de nossa despretensiosa lavra nos é um convite à vigilância operosa e à prece, que se traduz na ação cotidiana pelo bem de todos.

Porquanto, sem fé em Deus e a vivência constante do amor aos semelhantes, o homem estará sempre à mercê de suas próprias imperfeições, sucumbindo, não raro, sob o assédio das forças do Mal que lhe tramam a queda.
(página 10)
 

Assim sendo, é mister compreendermos e guardarmos, no nosso coração e em todos os seus recônditos, que, até mesmo na prática do bem para vencer o mal, precisamos vigiar e orar para não cairmos em tentações e para que nos mantenhamos ativos no “bom combate”. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo[7], precisamente no capítulo 28, intitulado “Coletânea de Preces Espíritas”, temos uma prece interessante com uma proposta sobre como agir de maneira cristã em relação aos que nos fazem o mal, ou seja, aos ditos inimigos: chama-se “Por nossos inimigos e por aqueles que nos querem mal”. No item 46, há uma instrução preliminar, que retoma o verdadeiro significado das palavras de Jesus ao recomendar “Amai aos vossos inimigos.” Na continuação, já no item 47, há a prece em si. Creio que podemos ler esses dois itens com atenção e verbalizarmos a prece com nossas próprias palavras. Porém, se não houver honestidade de propósitos em nosso coração, de nada adiantará. Por outro lado, em havendo humildade e sinceridade, coloquemo-nos à disposição de Deus para que nos teste e faça, se possível, que se nos apresente uma ocasião para que sejamos úteis a essa pessoa que nos quer mal e/ou que praticou o mal a nós.

Finalmente, tenhamos em conta a advertência do Espírito Emmanuel, do Apóstolo Paulo e do Mestre Jesus – este por meio de suas pregações e exemplos próprios: adentrar corajosamente a treva não basta; temos que adentrar e acender a luz. Ou seja: combater o mal corajosamente não basta; temos que combater o mal fazendo o bem. O bem e o mal estão dentro de nós: acendamos a luz do bem!

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Referências:

[1] XAVIER, Francisco Cândido (psicografia); EMMANUEL (espírito). Palavras de Vida Eterna. 35. ed. Uberaba, MG: Comunhão Espírita Cristã, 2010. 384p.
[2] O evangelista Lucas (do grego Loukás, passando pelo latim Lucat, que significa “luz”) não foi um dos discípulos que conviveram com Jesus. Porém, como seguidor de seu Evangelho, e como trabalhador dedicado ao lado de Paulo na divulgação da Boa Nova, conviveu com alguns dos discípulos e tornou-se um dos melhores aprendizes e divulgadores da Boa Nova. Podemos destacar, sobremaneira, três fatos a seu respeito: era médico (Paulo o chamava de “O Médico Amado”); foi quem teve a ideia de chamar de “cristã” a igreja fundada por discípulos de Jesus Cristo; e, na impossibilidade de Paulo em voltar a Éfeso para entrevistar Maria, mãe de Jesus, seguiu ao encontro desta no intuito de colher informações sobre a vida do Mestre e Irmão Maior.
Lucas foi elevado à categoria de santo e é reconhecido pelas seguintes igrejas: Católica, Ortodoxa, Copta e Anglicana. É padroeiro dos médicos e sua festa litúrgica ocorre em 18 de outubro. No Espiritismo, reconhecemos o Dr. Bezerra de Menezes como a reencarnação mais recente deste evangelista [ Nota por mim compilada a partir de minhas anotações como linguista (etimologia do nome Lucas), de reminiscências das várias leituras feitas em minha vida (sobre São Lucas e Dr. Bezerra de Menezes) e, para o restante da nota, da leitura da seguinte obra: XAVIER, Francisco Cândido (psicografia); EMMANUEL (espírito). Paulo e Estêvão. 4. ed. especial. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2009. 600p. ].
[3] BÍBLIA SAGRADA Português-Inglês “Nova Versão Internacional” = HOLY BIBLE Portuguese-English “New International Version”. Edição traduzida diretamente dos originais em grego, aramaico e hebraico. 1. ed. São Paulo: Editora Vida, 2003. 1408p.

[5] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra a partir da 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, 10ª e 12ª edições francesas. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2011. 688p.
[6] BACCELLI, Carlos A. (psicografia); IRMÃO JOSÉ  (espírito). Vigiai e Orai. 18. ed. Votuporanga, SP: Casa Editora Espírita “Pierre-Paul Didier”, 2000. 224p.
[7] KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Renata Barboza da Silva e Simone T. Nakamura Bele da Silva a partir da 3ª edição francesa de 1866. São Paulo: Petit, 1997. 328p.





03 outubro 2011

SETEMBRO E OUTUBRO: REFLEXÕES





 
Amados & Amadas:



O mês de setembro finalmente se despediu. No dia 11, os Estados Unidos choraram os mortos do maior atentado terrorista já sofrido pelo país e no país, há exatos dez anos. Embora outros atentados tenham ocorrido naquele dia, o que derrubou as chamadas “Torres Gêmeas” de Nova York virou um símbolo.
Outono no hemisfério norte
(destaque: New Hampshire, EUA)

Já na segunda quinzena, o dia 23 marcou (e marca), anualmente, a entrada do outono no hemisfério norte, e a entrada da primavera, no hemisfério sul. O Planeta Terra está resfriando em suas camadas interiores, o que já causa muitos desastres naturais. Além disso, no entanto, temos a clara interferência do homem no meio ambiente, e tal interferência, em desarmonia com as Leis da Natureza, faz com que pensemos que esta deva ter “ficado maluca”!!! Sim, pois, no calendário, ainda observamos a entrada das estações, mas, na prática, toda a espécie de manifestação climática pode ocorrer a qualquer hora, sem aviso prévio, no Brasil e em qualquer outra parte do mundo!
Primavera no hemisfério sul


E há [1] a violência no trânsito e à pessoa humana (sequestros, roubos, latrocínios, chacinas, etc); [2] toda a sorte de torturas ao ser humano (assédio moral, assédio sexual, humilhações, fofocas, maledicência, inveja, falta de paciência, mortes por descuido de profissionais de saúde, etc); [3] a Educação medíocre, pública e privada, na maioria das escolas, faculdades e universidades; [4] os profissionais de saúde que deveriam ser presos, tamanha a raiva que têm no coração e que descontam em pacientes e demais seres humanos; [5] os governos e seus poderes – o Legislativo, em especial – que só aumentam seus próprios salários (e que deixam a população rica mais rica, e a população pobre mais pobre). Há, também, [6] os “ratos” que vivem de pequenos golpes; [7] os poderosos que querem cada vez mais e a qualquer custo; [8] as drogas que grassam livremente, levando os usuários à ruína moral e financeira, e os traficantes à riqueza; [9] pessoas que, por orgulho, inveja e crueldade, exigem a demissão de “x” funcionário, sem pensar em possíveis traumas à sua vítima, e sem considerar que, ao demitirem “x”, podem levar uma família inteira ao desamparo; e, pasmem, [10] até os mal-entendidos que, por falta de diálogo, colocam um ponto final em toda a sorte de relacionamentos (entre amigos, colegas de trabalho, casais heterossexuais, homossexuais, bissexuais, médico e paciente, vendedor e cliente, professor e aluno, etc). Não pensem, no entanto, que a lista termina aqui. Arrolo apenas 10 dos incontáveis monstros que podem destruir os seres humanos mais vulneráveis.

Sugestão de leitura:
Há um livro muito interessante de autoria do padre Fábio de Melo, que li e recomendo. Chama-se Quem me roubou de mim? O subtítulo dá mais pistas sobre o conteúdo: o sequestro da subjetividade e o desafio de ser pessoa. No desenvolvimento, acompanhamos as ideias do autor, que, em texto fluente, disserta sobre condições que podem não ser exatamente aquelas nas quais pensamos de imediato. Um exemplo: um roubo pode não ser a subtração de uma coisa alheia, mas o roubo de uma alma! Como a verdadeira dona da alma conseguirá recuperá-la? Como encarar o desafio de ser “pessoa” entre os incontáveis espinhos, obstáculos e verdugos que encontramos em nosso caminho? Infelizmente, encontraremos, no livro, muitas pessoas que conhecemos... e, às vezes, muito bem! Confiram, leitores amigos!!!

Crítica. Dizer o quê? A maioria da chamada Humanidade aprendeu a criticar. E tomou gosto por isso! Os elogios, quando cabíveis, raramente são feitos, e muitas vezes temos que interpretar o silêncio como “Muito bem!” ou “Parabéns!”

A crítica é um julgamento... e me pergunto: “Temos o direito de julgar os outros se não julgamos a nós mesmos?”  A crítica, se for para o bem do criticado, até pode ser bem-vinda, mas é preciso saber criticar de forma a não humilhar e/ou desacreditar a pessoa. Há críticas que matam a alma!!! Muitas pessoas, movidas pelo orgulho, pelo egoísmo e pela vaidade, julgam ser as “donas da verdade” e disparam flechas venenosas para todos os lados. Fazem-no por meio de suas ações e/ou maledicência.


Crítica burra – I
Roberto Carlos encanta e canta em Jerusalém

Em setembro, por exemplo, Roberto Carlos cantou em Jerusalém, no dia 7, sendo tal apresentação gravada e televisionada pela Rede Globo no dia 10. Li críticas e críticas ao cantor. Além das costumeiras lengalengas sobre o repertório ser repetitivo, houve muita gente falando que o show foi frio, pois Roberto não mencionou que Israel invade territórios palestinos, que os palestinos sequestram e trucidam militares de Israel, etc.

(1º) Quem é fã de Roberto e vai a um show dele, espera que ele cante seus sucessos – aliás, estes são incontáveis, o que dá muito trabalho ao artista quanto à seleção das músicas. Recado àqueles que desejam conhecer as novidades do repertório do cantor: “Comprem seus CDs! E que sejam originais!”

(2º) Quem é fã de Roberto sabe que ele é respeitoso com seu público e que não aborda temas políticos em seus shows. Se assim fosse, as apresentações em palcos cariocas não escapariam de temas como violência, desigualdade social, balas perdidas, traficantes, etc!

Quanto a mim, meus caros, arrepiei e chorei de emoção com tudo, principalmente quando Roberto cantou “Jerusalém de Ouro”, a canção-símbolo da cidade sagrada que congrega as três maiores religiões do planeta: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Ele começou em português, mas, ao passar para o hebraico, foi demais! E quando um coral local, devidamente colocado no palco, o acompanhou, puxa vida!!! Se eu morresse naquele momento, ia morrer feliz! Coisa mais linda! Não havia política, minha gente! Havia congraçamento entre todos os presentes e Deus por todo lado, abençoando e certamente sorrindo e cantando!

Valeu, Roberto!


Crítica burra – II


Red Hot Chili Peppers: homenagem ao Rafa
(foto: portal G1/Globo)
Depois de iniciado o tão aguardado “Rock in Rio”, houve, no dia 24, a apresentação da banda californiana Red Hot Chili Peppers, cujos músicos homenagearam Rafael Mascarenhas (Rafa), o filho da atriz e apresentadora Cissa Guimarães morto em julho de 2010 – no Rio de Janeiro! Cissa e os músicos combinaram a homenagem, pois Rafael adorava o som da banda e, inclusive, tocava em uma “cover”. Rafael completaria 20 anos agora, durante a grande festa do rock, e contara à mãe que queria ver o Red Hot como presente de aniversário. Assim, a banda, em determinada parte do show, vestiu camisetas brancas com uma estampa de Rafael sorrindo. Foi muita emoção para Cissa, para os integrantes da banda, para os amigos do Rafa e para a plateia solidária. Diante da TV, também fiquei emocionada! Mas, ao acessar a Internet e ler as críticas feitas à Cissa, tive pena e asco dos que a criticaram. O que mais era repetido era um debochado “Já chega, dona Cissa Guimarães! Você está indo longe demais com essas babaquices de homenagens ao seu filho!”

Cissa e Rafa (ele faria 20 anos em 24/09/2011) 

E eu pergunto: “Vocês que criticaram a homenagem ao Rafa e a emoção de Cissa já perderam um filho? Já? Provavelmente não! Mas, se perderam, respeitem a dor de cada um. Eu sei o que significa perder um filho e, mesmo sendo espírita, ainda choro todas as vezes em que me lembro da batalha pela vida que enfrentamos aqui em casa e nos hospitais. Cada um tem uma forma de reagir à perda de uma parte de si! Pois que a reação de cada um seja respeitada!”

Valeu, Cissa!
Valeu, Rafa!
Valeu, Red Hot Chili Peppers!

Enfim, parece que vivemos em um mundo coberto por sombras, e o mais sombrio de tudo é sentir que elas nunca mais se dissiparão. Contudo, se refletirmos cuidadosamente, vamos perceber que o ser humano pode, ele mesmo, participar com ações positivas aparentemente menores que, no entanto, lhe mostrarão a certeza e o sentido da vida, que, se vivida de forma menos egoísta, proporcionará horizontes alentadores e paz aos corações tristes e/ou assustados.

É neste contexto que convido os leitores e leitoras deste Blog a que leiam um breve texto meu que teve como ponto de partida a lição COMBATENDO A SOMBRA, de autoria do espírito Emmanuel e publicado no livro Palavras de Vida Eterna[1], que a nós chegou graças à mediunidade e à generosidade de Francisco Cândido Xavier (1910-2002).


COMBATENDO A SOMBRA


“E não vos conformeis com este mundo,
mas transformai-vos...” – Paulo.
( ROMANOS, 12:2 )



Para desenvolver o título desta lição, Emmanuel disserta a partir do versículo acima mencionado, retirado do capítulo 12 da Carta de Paulo aos Romanos. Tal capítulo é desenvolvido em duas partes, a saber: Sacrifícios Vivos (versículos 1 a 8) e O Amor (versículos 9 a 21).

Lembremo-nos que Deus nos criou ignorantes, porém com o objetivo de que atinjamos a luz[2]. Para tanto, deu-nos vários instrumentos, sendo o livre-arbítrio um deles, tornando-nos capazes de decisões – corretas ou incorretas – a partir do momento em que entendemos nossa condição de espíritos vivendo experiências físicas (as reencarnações), que, por sua vez, e devido aos apelos da carne, constituem caminhos para a nossa evolução espiritual, caso seja este o nosso sincero desiderato.

Em suma, Deus nos criou para que, por méritos próprios, conquistemos a luz. Aparentemente difícil, tal caminhada pode ser mais simples e feliz se nos prontificarmos a não fazer o mal e, sim, a fazer o bem sempre que pudermos, ainda que em pequenas e rápidas tarefas cotidianas, como, por exemplo, ceder o nosso lugar no transporte público a pessoa idosa e/ou deficiente e/ou grávida; segurar a porta de um elevador para que os demais usuários não sejam surpreendidos pelo fechamento abrupto da porta, o que os machucaria; ajudar um cego a atravessar a rua, mesmo que ele confie nos sinais sonoros; etc.

A prática cotidiana dessas pequenas gentilezas faz bem ao nosso coração, pois, além de nos sentirmos úteis, ficamos felizes com a real sensação de termos feito o bem a outros seres humanos. Ainda que nossa gentileza não receba um “muito obrigado”, nosso coração se eleva a tal ponto que nos fortalecemos em espírito. Isso é importante, pois, fortalecidos, estaremos mais preparados para quando as sombras se apresentem – e elas um dia ou outro se apresentam, por mais que vigiemos e oremos (Não se apresentaram elas a Jesus?). Em um mundo onde existem o bem e o mal, e lembrando que o bem e o mal também estão na cabecinha de cada um de nós, ter força para superar as sombras significa estarmos mais preparados para vencer as tristezas de forma a não permitir que elas se instalem e façam de nossa alma franca morada. Aos poucos, constataremos que, conforme enxergamos mais luz, enxergamos cada vez menos as sombras, e isso é reconfortante!

Deus realmente nos fez para a luz! E por nos amar muito, deseja que aceleremos nossa evolução. Para tanto, enviou-nos um de Seus filhos – Jesus –, que, por sua vez, nos legou seu “Evangelho de Amor” (o caminho para a nossa evolução) e deixou-se ser crucificado para nos ensinar a mansuetude de coração, o amor fraterno e o perdão, semeando, assim, a vinda do Consolador Prometido: o Espiritismo.


Outros setembros virão, mas o de 2011 já foi embora! Que este mês de outubro seja melhor para os corações puros e bons, quer corajosos, quer amedrontados!

Logo de cara, celebramos, neste 3 de outubro,  os 207 anos de nascimento de Allan Kardec (03/10/1804), o "Codificador do Espiritismo".

"Pregação aos Pássaros"
(afresco de Giotto, 1267-1337)
Celebramos, também, o dia em que Francisco de Assis ganhou os Céus (03/10/1226)! Sua festa como "Patrono dos Animais, da Natureza e do Meio Ambiente" acontece logo em seguida, no dia 4.

E tem mais!

Nossos irmãos judeus, que entraram no Rosh Hashaná 5.772 (Ano Novo Judaico) no final de setembro, estão agora em período de reflexão e arrependimento, preparando-se para o Yom Kippur (Dia do Perdão), para que, assim, estejam preparados para enfrentar os desafios do ano novo. De minha parte, ainda que sendo cristã e espírita, opto por observar estas datas de forma muito particular.

Uma curiosidade a meu respeito:
Sim, e para quem não sabe, conto algo que descobri por meio de muita pesquisa! A família do meu avô paterno é de origem judaica. Viviam na Espanha, e, com a Inquisição (lembrando que a Inquisição Espanhola foi a mais sangrenta de toda a Europa), fixaram residência no “pueblo” de Miranda del Castañar, lá no topo da Sierra de Peña de Francia – perto da minha amada e dourada cidade de Salamanca, onde me doutorei. Muitas famílias judaicas foram para lugar tão distante e de difícil acesso para fugir da perseguição aos judeus e, acima das portas de suas casas, colocavam o emblema da Inquisição, a dizer: “Aqui vivem católicos!” Porém, alguns rituais com velas, algo comum na cultura judaica, chamaram a atenção dos xeretas, que acabaram por denunciar as famílias do povoado. A família do meu avô fugiu de lá, junto a outras famílias, e foram se abrigar no país vizinho: Portugal. Lá, onde a Inquisição era mais branda, muitos acabaram por se converter ao Cristianismo, passando à história como os “cristãos novos”.
Para mim, encaro o período entre o Rosh Hashaná e o Yom Kippur como mais uma oportunidade para que eu reveja minha vida, meus pensamentos, meus atos... São dias de reflexão, autocrítica e arrependimento – algo que, pelo menos para mim, considero válido, haja vista o processo de reforma moral ao qual venho me dedicando.

Paz e Luz a todos!



[1] XAVIER, Francisco Cândido (psicografia); EMMANUEL (espírito). Palavras de Vida Eterna. 35. ed. Uberaba, MG: Comunhão Espírita Cristã, 2010. 379p.

[2] O motivo para que Deus nos tenha criado, o motivo para que nos tenha criado ignorantes, e o motivo para que tais perguntas se mantenham sem respostas, figuram entre tantos outros mistérios e decisões de Deus que não devem ser indagados, pelo menos por nós que, de todo o coração, aceitamos Deus e acreditamos em Sua existência e em todos os seus atributos, sem que nos seja preciso vê-Lo. Desvendar os mistérios divinos pode ser perigoso, pelo menos à chamada Humanidade terrena – espíritos encarnados no Planeta e desencarnados (vivendo em moradas apensas à Terra). Com dois-terços da Humanidade querendo “ser Deus”, a revelação de tais mistérios, dentre tantos outros, agigantaria a prepotência e a empáfia dessas pessoas, que certamente desejariam tornar realidade o futuro hipotético e sem escrúpulos concebido no livro Admirável Mundo Novo (do original Brave New World, de autoria do inglês Aldous Huxley, e publicado pela primeira vez em 1932).