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30 abril 2012

DICA: LEITURA EDIFICANTE


Amados & Amadas,

Há uns bons anos o livro Há dois mil anos, do Espírito Emmanuel, e psicografado pelo saudoso médium Francisco Cândido Xavier, faz parte das minhas leituras favoritas. Na opinião de Thiago, meu ex-aluno e para sempre amigo, professor de inglês e italiano, tenor e católico praticante, o livro, apesar de classificado como espírita, nada contém que possa chocar os não-espíritas, inclusive porque Emmanuel o escreveu em forma de romance, apresentando-nos personagens e acontecimentos da história do Cristianismo no século I (época do Império Romano) até a extinção de Pompéia pelo Vesúvio. Asseverou-me Thiago:

- As conclusões ficam por conta do leitor!

Pois mais uma vez (a primeira em 2012, mas a enésima em anos) "devorei" as 496 páginas do livro em pouquíssimos dias. Eu li na cama, antes de dormir. E só parei de ler, a cada noite, porque alguns medicamentos que tomo me entregam logo aos braços de Morfeu. Terminei nova leitura na noite de ontem, e hoje passo a bola para vocês, ou seja, dou-lhes a sugestão da leitura deste livro: acreditem em Deus ou não, sejam cristãos ou não, tenham ou não tenham uma religião (e se tiverem, não importa qual seja ela), leiam Há dois mil anos, cuja primeira edição data de 1939. O conteúdo permanece válido e, além de abordar muitos fatos históricos, faz com que pensemos nas conseqüências de nossos atos - é a tal lei da física, a lei da "ação e reação" - e cultivemos a fé, a paciência e o perdão.

Na obra, Emmanuel conta sua vida como Públio Lentulus, um importante senador romano casado com Lívia. Era muito reservado, porém bom e dedicado à família, e buscava sempre a justiça e o equilíbrio, naturalmente dentro dos seus conceitos! No entanto, era, sem mesmo notar, deveras orgulhoso, vaidoso e egoísta.

Naquela época, os romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. Entre suas conquistas de território, estava a Palestina, cujos habitantes eram monoteístas (o povo judeu).

Flávia, a filha do casal, tinha lepra, e alguém dissera a Públio que os ares da Palestina poderiam ser benéficos para a menina. Lívia estava grávida, e, após o nascimento de um menino, a família, esperançosa, partiu para Jerusalém. Ocorridos alguns eventos que não contarei para não estragar o prazer da leitura, a família mudou-se para uma confortável vivenda perto de Cafarnaum, na Galiléia. Lá, principalmente por intermédio de Ana, uma serva fiel crescida na região, Públio e família souberam da existência e dos milagres de Jesus de Nazaré.

Certo dia, muito febril e com o organismo já bastante debilitado, a menininha pediu ao pai que procurasse o profeta, mas Públio, em seu orgulho de homem público do Império, não acreditou que Jesus pudesse operar tal milagre. Saiu, no entanto, disfarçando um passeio despretensioso pela região, como se estivesse a meditar sobre o povo, a língua, o modo de vida, etc. No íntimo, ele queria encontrar Jesus, mas tinha vergonha de que alguém desconfiasse. Na residência, sua esposa Lívia e a serva Ana, porém, oravam com fervor ao Mestre em prol da cura de Flávia. Públio encontrou Jesus e os dois conversaram. Jesus salientou que a cura da menina devia ser creditada à fé de Lívia e ensinou sobre a humildade, a verdadeira justiça e o amor incondicional do “Pai de todos nós que está no Céu”. Depois se foi, mas Públio, magnetizado por aquele homem que transmitia tanta paz no olhar e nas palavras, ficou paralisado por um bom tempo. Bem mais tarde, de volta ao lar, viu sua filha curada. Lívia e Ana davam graças a Jesus, o que deixou o senador muito irritado. Para ele, a cura se devia tão somente ao lugar e ao clima.

Desse ponto em diante, vários acontecimentos são relatados por Emmanuel: um rapto intrigante, a morte de Jesus no Gólgota, a conversão de Lívia ao Cristianismo e a amargura de Públio, que, se deixando levar pelos "amigos" romanos, acreditou que Lívia não lhe fosse leal e que, em verdade, fosse a causadora de vários fatos funestos no meio familiar. Assim, passou a rejeitá-la e colocou-a em outros aposentos da casa. Nem concedeu a ela o direito de criar a filha. Só a queria por perto para que a filha crescesse com a figura materna, mas confiou a tutela da menina a si mesmo e a professores famosos que vinham de Roma para educá-la.

Vários anos se passaram, até que Públio decidiu voltar para a capital do Império, pois um estimado amigo seu, o também senador Flamínio Severus, estava prestes a morrer. Mais anos passaram, acontecimentos afetaram nossas personagens, mas nada faz com que o orgulhoso senador revisse sua atitude em relação à esposa. Nesse tempo todo, apenas dois "favores" ele permitiu à abnegada e paciente Lívia: que seguisse o Cristianismo (porém com discrição) e que mantivesse a companhia da dedicada serva Ana.

Fatos assustadores envolveram nossas personagens e, certo dia, Públio finalmente enxergou o mal que guiava muitos de seus amigos e a grandiosidade de Lívia, sua companheira. Percebeu o quão injusto fora com ela durante tantos e tantos anos, rejeitando-a, ignorando-lhe a presença, tomando decisões sem comunicá-la. Agora, arrependido, planejou pedir-lhe perdão e homenageá-la e compensá-la pelos sofrimentos logo na semana seguinte, exatamente no dia em que ele receberia a maior comenda do Império. Afinal, ele a menosprezara durante tantos anos que, apesar das intempéries da vida, poderiam ter sido felizes para ambos.

MEUS AMIGOS, MINHAS AMIGAS... Muita coisa acontece nesse livro. As conclusões, realmente, ficam por parte do leitor. E não são meras conclusões, mas reais ensinamentos sobre a vida e o verdadeiro valor da vida. O que levaremos deste mundo quando a morte nos chamar?    


O meu mais afetuoso abraço a cada um de vocês!



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XAVIER, Francisco Cândido (médium). EMMANUEL (espírito). Há dois mil anos. 44. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2004. 496p.