MELHORANDO SEMPRE

Amados e Amadas:

Pois aqui estou, graças a Deus, praticamente na reta final da semana. Pensei que pudesse blogar com o coração mais leve... No entanto, fiz algo chato no sábado passado (dia 2) e estou por demais consternada com as notícias vindas do Rio de Janeiro desde a manhã de hoje.

O que fiz de chato:
No sábado, após passar quase que a manhã inteira no Centro Espírita, encaminhava-me eu para o metrô - Estação Vila Mariana -, para depois descer na Estação Vergueiro, perto da qual fica o consultório de um dos médicos que cuidam de mim (eu tinha uma consulta marcada). Mas ainda na Vila Mariana, um homem maltrapilho aproximou-se e pediu algum dinheiro. Na minha pressa, nem parei; disse apenas:

- Desculpe, não tenho nada!



Eu podia ter ajudado...

Em verdade, eu tinha duas passagens de metrô e três reais na bolsa. No entanto, nem cogitei dar um, dois, ou até mesmo os três reais, pois tinha receio de precisar da quantia... Não precisei. Só usei mesmo os tickets do metrô. Pode parecer algo pequeno, mas, quando retornei ao nosso apErtamento, cansada, estava também triste com a minha atitude. O que eu poderia fazer com aqueles três reais? Comprar mais um ticket do metrô? Para quê? Eu já tinha o suficiente. E aquele homem não tinha bafo de bebida ou cigarro... O que custava eu parar um pouco, falar com ele e até dar aqueles três reais? É, minha gente, ainda tenho muito para aprender!

Rio de Janeiro:
Na manhã de hoje, dia 7, um rapaz invadiu uma escola municipal no Rio de Janeiro (bairro do Realengo, zona oeste), da qual ele era ex-aluno: espalhou terror e incredulidade... e assassinou a tiros 12 alunos (10 moças e 2 rapazes), com idades entre 12 e 15 anos! Depois, cometeu suicídio. As vítimas desencarnaram abruptamente e provavelmente não tiveram tempo para entender o que estava acontecendo. Convido vocês, meus leitores, a dedicarem um momento de oração e/ou pensamento positivo às vítimas e suas famílias. E convido vocês para que reflitamos sobre a responsabilidade que cada um de nós tem em relação à sociedade.

De minha parte, entre tantos pensamentos, lembrei-me do homem que me pediu dinheiro. E também lembrei dos catadores de papel com os quais conversei perto do Natal. Aliás, sobre estes, leiam - caso ainda não o tenham feito - a minha postagem de 18 de dezembro de 2010, intitulada "Mensagem de Natal até para quem não é cristão".


Presidente Dilma se emociona
ao falar sobre os 12 brasileirinhos

Com o triste acontecimento de hoje, a presidente Dilma Rousseff, que participava de um ato comemorativo quando foi informada sobre o massacre, acabou por se emocionar pelo ocorrido com os "brasileirinhos mortos" e pediu um minuto de silêncio por eles.

As lágrimas da presidente foram mal-interpretadas por muitos cidadãos que se manifestaram pelos sites e fóruns da mídia. Infelizmente! Os comentários classificaram as lágrimas de Dilma como "lágrimas de crocodilo", já que, pouco depois, segundo tais comentários, ela se esbaldou numa festança.

Quem me conhece sabe que não votei em Dilma. Porém, sabe também que desejo a ela muito discernimento e Deus no coração para que não se deixe acuar por ameaças e para que cumpra aquilo que prometeu na campanha e, principalmente, no discurso de posse: ser a presidente de todos os brasileiros. Assim sendo, torço por ela e por seu governo, ou seja, torço por todos nós! A promessa de Dilma inclui, acredito, não apenas discursos bonitos e lágrimas, mas atitudes como melhoria da educação, da saúde, da segurança, do mercado de trabalho, da atenção aos idosos e aos portadores de necessidades especiais, etc. No campo da educação, um ensino público de excelente qualidade deve ser fomentado e colocado em prática! Isto clama URGÊNCIA!!! Os políticos, para dar o exemplo, ou seja, para comprovar que estão viabilizando medidas para a melhoria da educação pública básica - ensino infantil, fundamental e médio - devem colocar seus filhos para estudarem nessas escolas.

Isso acontecia na minha época de infância e adolescência. Havia colégios públicos que eram tão procurados por pessoas de todos os níveis socioeconômicos - classe A também, incluindo filhos de políticos - que os candidatos (crianças e adolescentes) tinham que passar por um "vestibulinho bem difícil"! E a segurança nessas escolas era de primeira!

Mas os tempos mudaram. O mundo ficou feio. Drogas, funcionários preguiçosos e professores mal-preparados invadiram tais escolas. Por quê? Porque o governo é o primeiro a dar o mau exemplo. E quando falo "governo", não me refiro a partidos políticos específicos nem ao tipo de escola pública: municipal, estadual, etc. Desde o final de década de 70, a mediocridade, o desprezo e a irresponsabilidade tomaram conta de tudo, feito erva daninha. O poder deve ser muito bom, pois os políticos não se importam com mais nada, exceto em angariar vantagens para si mesmos. E o povo que se... Infelizmente, minha gente, o que vemos há anos é um troca-troca de moscas, pois a m***@ continua a mesma.

Assim, a presidente Dilma tem responsabilidades pelo ocorrido na manhã de hoje no Rio de Janeiro. No entanto, creio que suas lágrimas são legítimas e que não podemos julgá-las como falsas e tachá-las de "lágrimas de crocodilo". E se depois desse momento triste, quando soube do massacre, se esbaldou numa festa, bem, eu a entendo perfeitamente. Quando eu tinha emprego formal, muitas foram as aulas que lecionei e nas quais sorri muito para disfarçar o coração em frangalhos. Perdi um filho e ninguém soube. Fui atropelada e dispensei o gesso para não faltar ao trabalho. Vivia sendo ameaçada por uma cretina psicopata (assédio moral) e, ao entrar em sala de aula, ninguém imaginava o quão nervosa e humilhada eu estava. Hoje, a vida manda a conta. Minha saúde é frágil e me sinto incapaz. E, ao pedir ajuda, muitas vezes tenho que ouvir absurdos. Um exemplo é o daquela médica que, além de se recusar a tratar de mim, ainda me deu um pontapé público, como se eu fosse o mais infecto dos lixos. 

Gente, todos nós podemos mudar para melhor, ou seja, passar por um processo de transmutação. Precisamos apressar a nossa reforma íntima, ou seja, a nossa reforma moral. Às vezes, na falta de outros recursos, podemos, pelo menos, ser gentis e ouvir aquele que nos procura, que nos aborda. É o que eu deveria ter feito com o homem que me pediu dinheiro no sábado. Por outro lado, é o que fiz com os catadores de papel na época do Natal. Ouvir, ouvir, ouvir... Afinal, não foi por acaso que Deus nos deu dois ouvidos e uma só boca!

Aos 12 brasileirinhos desencarnados
sem saber o porquê

Queridos leitores e queridas leitoras, permitam-me agora compartilhar com vocês minhas próprias anotações sobre a lição 78 do livro Palavras de Vida Eterna:

MELHORANDO SEMPRE

“Estamos orando a Deus para que não

façais mal algum, não para que simples-

mente pareçamos aprovados, mas para que

façais o bem...” – Paulo.

(II CORÍNTIOS, 13:7)

Neste trecho de sua segunda carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo dirime quaisquer dúvidas e escusas que possamos ter para não ajudar.

Ele reconhece as lutas e chagas do cotidiano da Terra, planeta em expiação, e, portanto, trilhando, com muita dificuldade, seu caminho evolutivo. No entanto, Paulo também nos fala que Deus não espera de nós atitudes heroicas para colocar um fim a tais lutas e chagas. Deus não exorta ninguém a que se torne um Super-Homem ou uma Mulher Maravilha. Entretanto, também não nos impede de praticar ações que poderiam ser consideradas pequenas em meio às doenças e aos cataclismos do Planeta.

Ocorre-me agora um par de exemplos simples retirados da própria Natureza... E se os oásis deixassem de existir ao compararem sua pequenez à vastidão dos desertos? E se a Lua se apagasse porque, em relação ao Sol, sua luz é diminuta?

Assim, transportando-nos para o nosso dia-a-dia, podemos amenizar a enfermidade de um semelhante com um medicamento ou uma ajuda financeira, ou, na impossibilidade, com uma palavra amiga e de alento, ou até mesmo com um sorriso confiante e uma prece sincera. Podemos poupar nossos próximos de detalhes sobre os nossos problemas quando eles já têm seus próprios problemas. Podemos segurar a porta do elevador a alguém que se aproxima sem poder correr, ajudar alguém que tenha caído ao chão a se levantar, ceder nosso lugar no transporte coletivo a um idoso, a uma grávida, a um deficiente... Estas e outras semelhantes não são ações que nos levarão a receber honrarias e reconhecimentos terrenos, mas, certamente, além da diferença para o bem que representarão àqueles que auxiliarmos, farão parte de nossa bagagem espiritual para quando voltarmos ao Plano Maior e tivermos que mostrar aquilo que realmente angariamos ao longo da encarnação ora finita. Essa bagagem moral é a única que contará em prol de nossa evolução!

Conclui o espírito Emmanuel ao explicar as palavras de Paulo com as quais abri esta parte da postagem: “Não nos é facultado corrigir todos os erros e extinguir todas as aflições que campeiam nas trilhas da existência, mas todos podemos atravessar o cotidiano, melhorando a vida e dignificando-a, em nós e em torno de nós.”

Um oásis no Deserto do Saara,
esperando a noite chegar
para ser banhado pelo luar.

Falando em "bagagem espiritual", tenho uma DICA DE LEITURA:

Para onde iremos depois da morte do corpo? O que nos aguarda do outro lado da vida? Alguém irá nos acompanhar no Além? É doloroso morrer? É possível preparar o terreno para evitar decepções e contratempos durante a inevitável passagem para o outro plano da existência? Neste guia de viagem para o Além, Admir Serrano responde a estas e muitas outras perguntas.

(Este texto sobre o livro Sua mala está pronta? foi retirado do site da Livraria Cultura: http://www.livrariacultura.com.br/)

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SERRANO, Admir. Sua mala está pronta? 1. ed. São Paulo: Petit, 2009. 184p.

XAVIER, Francisco Cândido (psicografia); EMMANUEL (espírito). Palavras de Vida Eterna. 35. ed. Uberaba, MG: Comunhão Espírita Cristã, 2010. 379p.